Depois de 5 meses em silêncio, aqui estou eu outra vez. Sei que tenho
andado desaparecida por estas bandas mas consegui agora ter um tempo para me inspirar e contar um
pouco do que tem sido esta aventura.
Um dia eu disse: “E se a vida fosse encarada como um grandioso
acontecimento composto por pequenas e grandes aventuras?”
Pois esta tem sido grande, desafiante. Mais uma vez saí da minha zona
de conforto para vir conviver com pessoas de várias culturas, com uma educação
muito diferente da minha, andar em países onde nunca pensei chegar, divertir-me
algumas vezes com ligeiras amizades que fui fazendo, arranjar muita força para
me levantar de manhã bem cedo, procurar motivação para encarar toda a gente em certos dias e
ganhar força para recomeçar de cada vez que voltei de férias.
Pois é, desta vez tive férias por duas vezes. Acreditem que não sei se
será melhor ir ver a família e amigos ou ficar longe até ao final da época.
É muito bom ir a casa, à praia, dar aqueles abraços tão especiais,
aqueles beijinhos, aquelas gargalhadas vindas do fundo do coração, comer daquela
comida tão única, cheirar aquela terra, sentir aquela brisa do campo ou do mar,
sentir o conforto do sofá ou o toque da colcha da minha cama, ouvir o ladrar do
cão do vizinho e as gaivotas no ar ao final da tarde… só se sente isto mesmo em casa
e só se dá valor quando não estamos lá.
E quando volto… dói. Assim que entro na fila da segurança do aeroporto, o coração fica apertadinho e parece que se vai derreter quando o avião levanta vôo.
Mas as aventuras têm o seu lado mais negro, mais difícil de encarar e é
esse lado que nos faz pensar, faz com que nos conheçamos melhor e estejemos mais atentos a tudo e a todos os que
nos rodeiam, dá-nos força para ultrapassar o que achávamos serem os nossos
limites e coragem para alcançar metas que nunca imaginámos serem possíveis.
Nestes momentos mais negros, dói não ter aquele abraço, dói outra vez não poder desabafar na minha própria língua e com alguém de inteira confiança. Mas depois, o tempo passa e dói menos porque este tempo passa rápido e vamos estar
juntos outra vez.
Porque vou estar novamente com aqueles que de facto fazem este grande acontecimento
ter algum sentido.
Enquanto isso não acontece (sensivelmente daqui a mais dois meses) posso
dizer que depois dos países de Leste, comecei a fazer o itinerário para
noroeste (se assim o posso dizer).
Então, e começando ao contrário, vim da Roménia, passei pela Bulgária,
Sérvia, Croácia, Hungria, Eslováquia e Áustria. Daí, subi à Alemanha e à
Holanda.
Dizia eu no post anterior que seria tudo uma questão de adaptação e é
bem verdade.
Agora que já estou há cerca de 4 meses sem ir ao Leste, já tenho
vontade de fazer aquele itinerário outra vez. Existem muitas diferenças na
paisagem aqui do norte da Europa; na largueza dos rios, nas casas, nas árvores, nas barragens,
infinitas barragens que passamos por aqui. Só de Viena a Amesterdão são a módica
quantia de 64. Acreditem ou não, são mesmo estas todas. O que vale é que a
maior parte delas passamos durante a noite, nem me apercebo.
Mas também há as pessoas. Sinto que no leste a simpatia do povo é bem
diferente.
São pessoas muito mais simples e, talvez porque precisem de turistas para
a economia crescer, se souberem recebê-los com um sorriso, com certeza eles irão
voltar.
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terça-feira, 16 de setembro de 2014
Ainda por aqui :)
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Sei que não tenho metade da experiência que tens e que não estou a viver concretamente tudo isto, mas acho que consigo entender, sentir um pouco do que sentes, de certa forma. Quero que saibas que tenho muito orgulho em ti, Xany. Morta por te abraçar outra vez. :) Já falta pouco! Um grande beijinho :) Bi
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