Aniversário "imperial"

Este post andava perdido aqui no computador. Já tinha composto o texto (ainda no barco) e estava à espera de ter um tempinho e bom sinal de internet para o poder publicar.
Ora, isso demorou e o texto aqui ficou a serenar... mas decidi mantê-lo no mesmo tempo verbal e com o cenário da altura. Só para esclarecimento, a altura era no dia 20 de Novembro.

Então aqui vai...

Foi difícil nos dias que antecederam o meu aniversário, pensar que iria passá-lo aqui dentro.
No entanto, como sempre faço, queria fazer o dia valer a pena.
Precisava de tempo comigo mesma e de me mimar.
Acordei por volta das 6h e ja tinha sms, mails e mensagens no facebook.
Fiz uma sessão de yoga as 7h que correu lindamente e me deu uma nova energia.
A manhã correu normalmente e à tarde fui numa excursão ao Palácio de Schönbrunn, a residência de Verão da Imperatriz Marie Therèse, mãe de Marie Antoinette, e que viria em gerações seguintes a ser residência da Imperatriz austríaca Sissi. Este era o pequeno Versailles dos monarcas austríacos.
Adorei! Andei a época toda a tentar ir e houve sempre alguma coisa que não me deixou.
Mas parece que estava escrito e que a ida ao Palácio estava reservada para este dia especial. Não me desiludi nada!

Ah, de salientar que não existem fotografias de interior porque é expressamente proibido fazê-lo. E também não comprei postais... mas é muito muito luxo, muito rococó, demasiado pormenor, muito ouro, uma sala para pequeno almoço, outra para almoço, outra para jantar, salão de baile... and so on... 
para mais informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_de_Sch%C3%B6nbrunn

Já à noite, os meus colegas mantinham um segredo bem guardado, quando me chamaram para lhes fazer companhia na crew mess (lugar onde comemos e onde nos reunimos), que eu não costumo frequentar, a não ser durante as refeições ou em alguma festa.
Mas, no dia de hoje, acordei em ir conviver um pouco.
Trouxeram um bolo, champanhe e presentes.
Foi bom sentir o carinho de algumas pessoas.

Antes de ir dormir, ainda fui ao deck exterior, onde devo dizer que estava um gelo mas eu queria ver o céu. Lindíssimo, limpo, todo estrelado.
Fui até ao limite traseiro do navio, a ré, e senti-me num pseudo filme do Titanic. A diferença é que a água estava mais próxima e havia monte de um lado e do outro do rio, mas foi um cenário magnífico para terminar o dia em beleza. (e só consegui ficar ali cerca de 3 minutos porque estava a congelar)

Finalmente...

E chegou ao final mais uma etapa de vida.
Estou cansadíssima. Apercebi-me quando vi que troquei informações do painel no aeroporto pela 3ª vez. E consegui dormir no primeiro voo, na espera para o segundo e durante este... eu, que nunca consigo dormir!
Só vou cair na realidade amanhã quando acordar sem despertador, numa casa com pessoas a falar a minha língua. Não estou em casa, ainda, mas já estou em família :)

Hora do filme

Pois tenho vários filmes e séries no computador mas ainda não tinha visto tudo.
Então uma destas noites foi noite de Quentin Tarantino.

Django Unchained

"I like the way you die, boy"

Foto tirada numa rua do centro de Budapeste

 

Final à vista

Já é domingo outra vez.
A 16 dias de sair do barco, comecei a fazer um balanço de toda esta época. Positivíssimo!
Ok, foi difícil? Foi, por muitas razões que já expliquei em posts anteriores.
Mas nada se consegue sem trabalho e não crescemos sem umas pedras no caminho.
E não daria tanto valor à minha terra e à minha gente se não me afastasse tanto.

Tenho de dizer que me sinto muito feliz por ter tido esta oportunidade de ver tantos países, de conhecer tanta gente diferente e de ter crescido um pouco mais profissionalmente.

Vou apenas deixar algumas fotografias de lugares onde estive nas últimas semanas e alguns momentos divertidos que ficarão na memória para sempre.
 

Por do Sol na Roménia

Iron Gates :: Roménia

Marilena (Itália), Veronica (Ucrânia), Ivan e Suzana (Croácia) :: Rouse, Bulgária

Manhã de Domingo com Veronica :: Vidin, Bulgária

Snacks búlgaros

Viena, Áustria

 

 

 

 

Nas profundezas de uma eclusa :: algures pela Áustria

Rudesheim, Alemanha

Equipa de Massagistas :: Nicola (Perú) e Dusko (Bósnia)

Miltenberg, Alemanha

 

Colónia, Alemanha

 

 

Museu do Chocolate

Amsterdão

 

 

Mês meu!

E chegou Novembro, o meu mês preferido.
O mês em que temos uma espécie de despedida do Verão a dar lugar ao Outono, que por sua vez já lá para o final, começa a chamar o Inverno. 
O mês em que começa a cheirar a Natal e em que a lareira ganha significado. 
O mês em que a pantufa no pé e o deitar no sofá enrolada na manta ao domingo à tarde faz muito mais sentido. 

Este é o mês em que comemoro a data do meu nascimento e o mês em que regresso a casa.

E venha o frio!

Casaco da Bulgária e gorro da Sérvia... venha o frio!

Danúbio abaixo...

E já se passou mais um cruzeiro, duas semanas e já estamos a meio de Outubro... o tempo passa a correr mesmo!!!



Neste entretanto, já desci o Danúbio quase até ao Mar Negro.

Nestes últimos cruzeiros faço um esforço para sair mais vezes e pôr os pés bem assentes em terra, até porque tenho tido a companhia fantástica da Verónika, minha colega de quarto, que vai deixar-nos daqui a uns dias. Até lá, é aproveitar!

Passau :: Alemanha

Eu e a Verónika (Ucrânia) num encontro com a Sandra (Portugal)

 

Dentro de uma eclusa

Navegando pela Áustria

Hungria

Budapeste e a moda do amor eterno

Mohacs (lê-se mohatch)

Szentendre Island

 Croácia

Vukovar

Multicultural

Dobro Jutro :: Dobroho ranku :: Dzien Dobry :: Buna dimineata :: Jó reggelt :: Guten Morgen :: Buenos dias.

É como por aqui se diz BOM DIA!!!

Domingos...

Hoje é domingo?
Ah, pois é... há domingos assim, manhã cheia com trabalho e à tarde chillout com gente 5* :) @Regensburg, Alemanha.

Hobbies

Hoje estou numa cidade chamada Würzburg.
Não estava a pensar sair do barco mas a minha roomie convenceu-me e lá fui com ela procurar umas calças que ela precisava.
Quase ao vir embora entramos numas galerias e foi quando o meu olhar parou numas lãs giríssimas ali mesmo à minha frente. Ao lado, estavam as agulhas... fico aqui a escolher ou viro costas? - pensei. Decidi que vou esperar mais um tempo até poder dedicar-me a um dos meus hobbies favoritos, o crochet com lã.
E precisava tanto desanuviar... queria começar novos projectos mas depois como carrego tudo na mala? :)

Outono à porta

E o Outono está aí!
Estou em Frankfurt e mais parece Inverno. Ao meio dia estão 15º e sente-se aquele ar gelado. Até os colegas que vêm de terras mais frias e habituados a temperaturas negativas se queixam do frio que está. Acho que é por estar também muita humidade no ar, torna-se desagradável e não há sapato nem casaco que nos consiga aquecer.
Mesmo assim, ontem à noite decidimos combater o frio e saímos. 
Desde o início da época que nunca tinha tido uma noite assim. Num bar escocês, numa pequena localidade chamada Rüdesheim (Alemanha), jogamos setas. Há anos que não o fazia e soube muito bem. 
Dentro do bar estava-se bem, um pouco abafado até e quando decidi vir embora soube bem apanhar ar fresco. Mas depois de uns 15 minutos a caminhar para o barco, precisava mesmo de entrar e sentir algum conforto porque... estava frio!!!

De qualquer forma, bem-vindo Outono... por mais frio que sejas! :)

Ainda por aqui :)

 

Depois de 5 meses em silêncio, aqui estou eu outra vez. Sei que tenho andado desaparecida por estas bandas mas consegui agora ter um tempo para me inspirar e contar um pouco do que tem sido esta aventura.

Um dia eu disse: “E se a vida fosse encarada como um grandioso acontecimento composto por pequenas e grandes aventuras?”

Pois esta tem sido grande, desafiante. Mais uma vez saí da minha zona de conforto para vir conviver com pessoas de várias culturas, com uma educação muito diferente da minha, andar em países onde nunca pensei chegar, divertir-me algumas vezes com ligeiras amizades que fui fazendo, arranjar muita força para me levantar de manhã bem cedo, procurar motivação para encarar toda a gente em certos dias e ganhar força para recomeçar de cada vez que voltei de férias.

Pois é, desta vez tive férias por duas vezes. Acreditem que não sei se será melhor ir ver a família e amigos ou ficar longe até ao final da época.

É muito bom ir a casa, à praia, dar aqueles abraços tão especiais, aqueles beijinhos, aquelas gargalhadas vindas do fundo do coração, comer daquela comida tão única, cheirar aquela terra, sentir aquela brisa do campo ou do mar, sentir o conforto do sofá ou o toque da colcha da minha cama, ouvir o ladrar do cão do vizinho e as gaivotas no ar ao final da tarde… só se sente isto mesmo em casa e só se dá valor quando não estamos lá.

E quando volto… dói. Assim que entro na fila da segurança do aeroporto, o coração fica apertadinho e parece que se vai derreter quando o avião levanta vôo.

Mas as aventuras têm o seu lado mais negro, mais difícil de encarar e é esse lado que nos faz pensar, faz com que nos conheçamos melhor e estejemos mais atentos a tudo e a todos os que nos rodeiam, dá-nos força para ultrapassar o que achávamos serem os nossos limites e coragem para alcançar metas que nunca imaginámos serem possíveis.

Nestes momentos mais negros, dói não ter aquele abraço, dói outra vez não poder desabafar na minha própria língua e com alguém de inteira confiança. Mas depois, o tempo passa e dói menos porque este tempo passa rápido e vamos estar juntos outra vez.

Porque vou estar novamente com aqueles que de facto fazem este grande acontecimento ter algum sentido.

Enquanto isso não acontece (sensivelmente daqui a mais dois meses) posso dizer que depois dos países de Leste, comecei a fazer o itinerário para noroeste (se assim o posso dizer).

Então, e começando ao contrário, vim da Roménia, passei pela Bulgária, Sérvia, Croácia, Hungria, Eslováquia e Áustria. Daí, subi à Alemanha e à Holanda.

Dizia eu no post anterior que seria tudo uma questão de adaptação e é bem verdade.

Agora que já estou há cerca de 4 meses sem ir ao Leste, já tenho vontade de fazer aquele itinerário outra vez. Existem muitas diferenças na paisagem aqui do norte da Europa; na largueza dos rios, nas casas, nas árvores, nas barragens, infinitas barragens que passamos por aqui. Só de Viena a Amesterdão são a módica quantia de 64. Acreditem ou não, são mesmo estas todas. O que vale é que a maior parte delas passamos durante a noite, nem me apercebo.

Mas também há as pessoas. Sinto que no leste a simpatia do povo é bem diferente.

São pessoas muito mais simples e, talvez porque precisem de turistas para a economia crescer, se souberem recebê-los com um sorriso, com certeza eles irão voltar.

O itinerário completo

Belgrado - Sérvia

Bratislava - Eslováquia

Budapeste - Hungria